terça-feira, fevereiro 12, 2008

Salve as naus portuguesas!

Dia 11 de Fevereiro é o batizado.

A senha dos inconfidentes era "tal dia é o batizado", sendo "tal dia" a data, no final do século XVII, onde se iniciaria a revolta contra o "quinto" imposto pela Corte à colônia brasileira, especialmente sobre as riquezas minerais de Minas Gerais.
Vila Rica, então, era uma das mais importantes cidades das Américas, maior inclusive em população que cidades ainda hoje como grandes conhecidas, como Lima, Santiago, Quito, Cuzco, La Paz, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador...
Porém, e também, Vila Rica viu seu amor-próprio degolado, esquartejado, ou deportado e renegado.

Exposto em sua pequenez ao mundo, bem como há de se imaginar o que os regimes daqueles tempos de carroças e carrascos, não impunham às pessoas.

Pois bem, um Airbus 330 da TAP agoara passa a pousar nos confins de Vila Rica, ainda que em Belo Horizonte, cidade erguida para resgatar a estima mineira, e projetada para ser tão bela como muitas capitais européias, e na verdade melhor que muitas delas, centenárias ou milenárias aglomerações com arremedo de cidades, ante o grandioso projeto de Aarão Reis para a capital que substituiria Vila Rica.
Isso lá nos idos 110 anos passados, quase.

Resgata-se a importância de Minas, no cenário brasileiro, ao inaugurar-se um vôo para Lisboa (ainda que para a TAP seja mais um vôo, e datado até final de 2008...), mas rega-nos o amor próprio, agora resgatado, ser esse vôo dos confins de Vila Rica à Lisboa.
Não se trata aqui de agora atirar flechas nos belos Airbus da TAP, que não representam mais a corte, como não somos mais colônia, e nem devemos quintos a Portugal, embora hoje beiremos no Brasil os quintos do infernos tributários, mais temerários que a sanha de reis gananciosos ou rainhas loucas.
Nem se trata que Portugal ou sua famosa linha aérea, agora se ocupe de resgatar a história.
Mas a TAP permitirá, em seus vôos para Confins, que Vila Rica envie e relate suas “conspirações”, minerais e outras riquezas, direto às terras européias que desde aquela época ida de finais de séculos passados, eram consideradas lar de homens de bem, ainda que regidos por "reis e rainhas loucas", alguns (somos enfim, todos, ainda).

Deixemos agora de lado as velhas questões da corte:

- Benvindos, TAP e portugueses (e europeus, de modo geral)!

A história mostra o que Minas representou para Portugal e Brasil.
Somos ainda aquele Eldorado (temos até uma estação de metrô até lá!),
e hoje, de homens livres!
De riquezas que fizeram germinar homens como Santos+Dumont (entre tantos) e equivalentes ou superiores tais qüais, e citá-los nominalmente seria por certo omitir a bela genealogia do povo mineiro.
Ou riqueza que gera essa devoção a uma evolução social como a que gestou, em comum a outros, um Joaquim José da Silva Xavier, todo cheio de nomes, e tantos portugueses...
Mas um "reles" "Tiradentes", embora "alferes", se se for aferir seus títulos.
E por aquilo, e em função disso, terra também de portugueses, alemães, franceses, espanhóis, italianos, tantos sul-americanos, e africanos... Mas acima de tudo, mineiros.

Com esse vôo, passamos a página de um novo tempo, e que seja próspero em respeito aos homens que acreditaram que podíamos ser mais que colônia e corte, mas iguais tratando de coisas iguais.

E yes (ou ora pois!), nós temos bananas! E muchas cositas mas!
Ressaltando que todo motorista de táxi sabe sim, 'ó pá' :
- passa-se também pelo bairro da Pampulha, seja aqui ou em Lisboa (ao sabor do trânsito), para ir ao aeroporto...
Sucesso para essa nova linha, e que seja em breve ampliada!

BH, 11 FEV 2008
p.s.: em que pese o tom, nas entrelinhas encerro certo do resgate que traz ideais inconfidenciados, que podemos imaginar por termos (nós, mineiros) Vila Rica encravada em nosso coração, como monumento à história.

Acho que, de certa forma, a corte reverencia a colônia. Ainda que em vôos e "devaneios".
De outra forma, essa é uma excelente oportunidade para Confins crescer mais.

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