sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Starting again...

Vôo 1907

Pilotos pedem para que não transformem acidente em crime

A APA, a associação de pilotos da American Airlines, a maior empresa de
aviação comercial dos Estados Unidos, divulgou nota nesta terça-feira
(21/11) pedindo às autoridades brasileiras a imediata liberação de Joseph
Lepore e Jan Paladino, os pilotos do jato executivo Legacy que colidiu em
vôo com o Boeing do vôo 1907 da Gol. O acidente no dia 29 de setembro, no
norte do Mato Grosso, causou a morte de 154 pessoas. Na nota, a associação
de pilotos alerta para o risco de se transformar a investigação de um
acidente em uma investigação criminal.

Enquanto o Boeing caiu após o choque, o Legacy aterrissou em uma pista no
sul do Pará com seus sete passageiros e tripulantes ilesos. Logo depois, a
pedido da Polícia Federal, a Justiça mandou recolher os passaportes dos
pilotos do jatinho.

Impedidos de deixar o país, os dois pilotos têm sido alvos de suspeitas e
acusações veladas como se fossem os culpados pelo acidente.
Coincidentemente, o sistema de controle de vôo do país, que não foi capaz de
evitar a tragédia, entrou numa crise sem precedentes a partir do acidente.

Já no dia 11 de outubro, a APA havia emitido uma nota em que pedia uma
investigação ampla, justa e rápida. "Respeitosamente pedimos agora ao
governo brasileiro que permita que Joseph Lepore e Jan Paladino possam
retornar aos Estados Unidos".

Os pilotos americanos fazem também um alerta às autoridades para que as
investigações sejam conduzidas de acordo com o Anexo 13 da Organização de
Aviação Civil Internacional, e não como uma investigação criminal. "Há um
entendimento de que criminalizar o processo de investigação de acidentes tem
um grave efeito em sua eficácia, uma vez que, nestas circunstâncias, as
partes ficam menos propensas a fornecer informações vitais", para o
esclarecimento dos fatos.

A associação pede também ao governo dos Estados Unidos que interceda junto
ao governo brasileiro no sentido de permitir a liberação dos dois pilotos,
bem como em conduzir as investigações de acordo com as normas
internacionais
.

Revista Consultor Jurídico, 21 de novembro de 2006
por Maurício Cardoso




Não deixaram procurações para mim os 154 ausentes ao debate, mas 2 pilotos
de linha aérea que se aventuram pelas matas desembrenhadas do Brasil, como
querem sugerir as informações, e cegamente se aventuram no mar amazônico, de
tantas outras vezes tratado como patrimônio da humanidade, não merecem mais
que sua classificação como aventureiros ou assassinos.
Como a mereceria qüalquer idiota que ceifasse a vida de quem quer que seja,
nos céus, mares, ruas e outros pontos do Brasil, na insanidade, ainda que
"admissível", que pilotos possam desligar suas caixas pretas (podem, por
incrível que pareça!), seus transponders (é comum, por inadimissível que se
conceba...), ou se unir, corporativamente, em espírito de corpo, como se
diz, a sugerir que é exagero.
A menos que falte à sensibilidade de todos, o questionamento de que voar no
Brasil ou para o Brasil seja questão de risco. Ou melhor dizendo, voar é
insano.
Mas é de se salientar, para a sociedade, que habemus lex. Por incrível que
pareça, somos todos a ela subordinados, e mensagens simples e claras como
"thirty six" ou "thirty seven thousand", são simples assim, e diz o bom
senso que na dúvida, pergunte.
Trasncorreram décadas, 2, desde que um avião moderno, similar ao do acidente
no Mato Grosso, perdeu-se no mar da amazônia. À época, era um jogo de
futebol, agora, é um jogo de desfaçatez.
Apesar do sigilo e silêncio sobre as investigações, notas, reais ou
plantadas na imprensa, dão conta que houve várias tentativas de
comunicações. Uns, dizem, do Centro Brasília, outras, do Legacy da Excelair.
A mim incomoda, sobremaneira, como ser humano que sabe que amanhã é um outro
dia, que haja mordacidade em tantos dizeres, inclusive o meu, sobre uma
falta, a quem não se quer imputar a indivíduos com nomes estranhos ou mesmo
Silvas, no sobrenome.
Mas em meu pensar, acho que desligar sistemas capazes de garantir a
segurança de operações já por si somente, inseguras ao ser humano, como voar
a 870km/hora, é idiotice. Tente dizer "oitocentos e setenta kilômetros por
hora", marcando o tempo: gasta-se 4 segundos, o bastante, àquela
velocidade, para percorrer qüase 1 kilômetro.
Não nos surpreende o número, ou o átimo, ou a velocidade em si. Mas é capaz
de impactar mortalmente, ou dolorosamente, tantos qüantos se vão, e tantos
qüantos restamos.

Nenhum comentário: